Wednesday, 25 December 2013

MEUS NATAIS



Dos Natais de minha infância, tenho poucas, mas marcantes, lembranças. Recordo-me que minha avó paterna, uma alemã rígida, orgulhosa, autoritária, que morava em Camboriú, sempre nos mandava guloseimas, por encomenda. Naquela época não existia Sedex. Quando chegava o pacote, meus pais, eu e meus irmãos rodeávamos a mesa e numa curiosidade alegre, para ver o que tinha dentro, mesmo já sabendo o que continha na caixa; bolachas alemãs, brinquedos e presentes para meus pais. Como éramos muito pobres, minha mãe separava as bolachas para comermos apenas uma por dia, assim demoraria mais para acabar. Quanto contentamento!


Outro fato que trago em minha memória, é um pouco triste, pois meu pai era alcoólatra e boêmio. Muitas, noites do dia 24 ficávamos esperando a chegada do meu pai, acabávamos por ir dormir, mas de madrugada, meu pai chegava da boemia, trazendo um amigo vestido de papai-noel, bêbado; minha mãe nos acordava e íamos comemorar o nosso Natal. Para nós, meus irmãos e eu, era motivo de alegria, mas imagino o quanto minha mãe sofria.

Quando me casei com o pai dos meus filhos, minha vida mudou totalmente, pois eu havia entrado numa família onde eles não participavam da sociedade e não permitiam que a sociedade fizesse parte de seus dias. Era uma família composta por apenas mãe e 02 filhos, onde a lei matriarcal que predominava, e nos natais, comemorávamos apenas nós quatro.

Quando meus filhos nasceram, nos 04 anos que convivi diariamente com eles, nossos natais eram sem graça, pois eu queria passar perto dos meus pais, mas nunca meu marido levava. Nessa época eu sofria muito de saudades dos meus pais e dos nossos tradicionais natais.

No ano de janeiro de 1982, separei-me da família com quem havia casado, deixando meus filhos com eles e voltei para casa dos meus pais, que neste ínterim estavam morando em Londrina, mas, infelizmente, um mês depois meu pai veio a falecer de ataque cardíaco, no dia 05.02.1982.

A partir daí ficamos morando, minha mãe, meu irmão Mário Renato e nas épocas de Natal, sempre passávamos na casa dos meus irmãos casados, a Romy e o Percy.

Apesar de eu ter saído da casa dos meus filhos, não sai da vida deles, mas fui privada de vê-los nos Natais. Com o consentimento da minha sogra, eu conseguia falar com eles por telefone, muitas vezes, o pai deles mandava desligar, pois estávamos conversando demais. Mesmo após a morte do meu ex, não tive a oportunidade de passar o Natal com eles, pois sua tia, irmã do meu marido, passava com eles, e como ela não fala comigo, aprendi a respeitar seus sentimentos.

E, quando passei a morar sozinha, não armava árvores de Natal, nem comemorava. Ao me casar de novo, meu companheiro também não tinha o tradicional costume de celebrar o Natal.

Quando minha mãe se viu sozinha, sem seus filhos, começou a fazer os natais em sua casa, e todos nós, seus filhos, nos reuníamos em sua casa para festejar o Natal com muita comida, muitos presentes e muita alegria.

Depois que minha mãe faleceu, os irmãos se dispersaram e cada qual passava e passa o Natal com suas novas famílias.

E neste ano, 2013, depois de uma grande trajetória, estou em Cruzeiro do Oeste, passando o Natal e Ano Novo, com meus filhos Jefferson e João Carlos e suas famílias. O Juan não pode vir, pois sua tia, minha ex cunhada, foi para Maringá e ela continua não falando comigo. Mas, a família da Elaine, minha nora, esteve presente, fizeram um banquete e no momento em que rezávamos de mãos dadas, o Pai-Nosso, elevei meu pensamento a Deus e agradeci profundamente por àquele momento tão luminoso, chegando a me emocionar e sentir umedecer meus olhos de tanta emoção e gratidão.

Acredito que este foi um dos mais lindos natais que passei, principalmente pela mensagem que Deus me mandou: com paciência, sem reclamações, conseguimos atingir nosso objetivo, no meu caso, passar algum Natal com meus filhos.

A árvore e os presentes
O preparo
O calor não atrapalhou o churrasco
Murilo e Emerson preparando a árvore

O churrasqueiro

Eu com meus netos Artur, Murilo, Gabriela e sobrinha Dani
Crianças brincando
Maurício, eu, Gabi e Jeferson
Fran, Gabi e eu
Eu com meus filhos Jefferson e João Carlos
Cantinho da "salvação"

Edi, Eliete, Emerson e Leila,

Minhas norinhas queridas, Elaine e Fracielly
Eu fui a Mamãe-Noel e o Murilo foi o locutor,
Entregando presentes
Vez do Artur
Vez do João Carlos
Elaine e sua mãe Inês  preparando a ceia
Delícias
Maurício assou sardinha
Francielly e Leila saboreando a ceia
Inês, Eliete e eu













1 comment:

  1. Um relato muito emocionante minha amiga. Linda história. Vc deixou transparecer a alegria na fisionomia e no sorriso nas fotos. Um feliz natal. Bjs

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