Numa tarde quente, em Morretes, enquanto dava
aula de informática, na Escola de Cursos Profissionalizantes, olhei pela janela
e avistei, na rua, um filhote de cachorrinho, na hora me preocupei com os
carros que passavam, podiam atropelá-la. Nisso um aluno me chamou, passado uns
minutos, àquele filhotinho entrou na sala de aula e deitou nos meus pés. Tanto
eu, como os alunos ficamos encantados com a cachorrinha.
Saí da escola, com ela no meu colo e fui nas
casas vizinhas perguntar de quem era àquela cachorrinha. Ninguém sabia de quem
era, e assim, levei-a para minha casa. Batizei-a de “Aparecidinha”, pois como
num passe de mágica, ela me escolheu para ser a sua dona, (só que acabei por
chamá-la de Dinha). Deveria ter mais ou menos 3 a 4 meses.
As outras cachorras aceitaram-na sem
problemas e assim, no mês de maio de 2002, minha “família” aumentou. Foram 15
anos de convivência, de amizade e de fidelidade! Fomos envelhecendo juntas.
Dinha era um pouco antipática, um pouco brava, mas extremamente carinhosa
comigo.
Durante sua vida, passou por 4 cirurgias, a
primeira foi na orelha, quando estourou uma “veinha” e sua orelha ficou cheia
de sangue. A segunda para castrar, a terceira para tirar um tumorzinho da
tetinha e a última para retirar um tumor grande.
Aos poucos ela foi ficando muito debilitada, depois
da cirurgia e já cansada pela idade só queria eu por perto. Ficou surda, seus
olhos foi tomado pela catarata, enfim, precisou de cuidados maiores. De repente,
deixei de viajar, procurei não sair tanto, pois ela precisava de mim. Ela já
não conseguia andar mais, então eu a carregava no colo, para que ela tomasse água,
para comer comida e mesmo, para fazer xixi.
Ela mal conseguia se levantar, muitas vezes
eu ficava no chão, ao seu lado, fazendo carinho, conversando, mesmo que ela não
me escutasse, porém, tenho certeza que me compreendia.
No dia 23 de novembro, levei-a no Hospital
Veterinário, da UEM, para uma consulta. As notícias não foram nada boas. O câncer
havia tomado conta de seu organismo e estava com uma grave inflamação em seus
olhos.
Se eu a trouxesse para casa, ela iria sofrer
muito, com dores fortes. Então optei pela eutanásia. A veterinária nos deixou
sozinhas, naquela sala pequena e fria. Abracei-a, pedi perdão. Os veterinários
entraram e em meus braços ela foi sacrificada, sem dor, sem gritos, apenas eu, que
silenciosamente chorava de tristeza.
Voltei para casa, abracei as minhas duas
outras cachorras e chorei, chorei toda dor que àquele momento me machucava,
principalmente por saber que aquele serzinho que me alegrou tanto, foi tão
amiga e demonstrava um amor sincero e leal, não estaria mais ali. Hoje está
fazendo uma semana de sua morte! O vazio é grande e a saudade é dolorida.
Desde o primeiro dia foi um companheira leal,
presente e carinhosa. Para mim ela sempre foi muito mais que um simples animal
de estimação, e agora que seu coraçãozinho parou, que seus olhinhos fecharam
para sempre, uma parte de mim se foi também… E por ela visto o luto na alma, e
a saudade que ficou, a tristeza que ela deixou, serão eternas e incuráveis.
Em minha memória e nas recordações dos momentos que
juntas vivemos, ficarão para sempre no meu coração, assim como o amor que por
ela sentia, sinto e sentirei!
Minha amiga Lílian com a Dinha |
A despedida |
O adeus |
lembro bem dessa sapeca...Adeus Dinha!
ReplyDelete